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Para aqueles que ainda não completaram 20 anos, é realmente um desafio entender que muito daquilo que se define hoje como moderno, cool e a novidade mais “hipster” do momento, (se é que ainda se usa esta palavra…), na verdade foi criado na época dos seus pais.
Vasculhando os sites mais moderninhos da internet como o BIRP, Basecamp e outros, percebo que a maioria das bandas novas tem o Cocteau Twins como referência.
A bandas nasceu na Escócia em 1982 e definiu o som dos anos 80, trazendo pela primeira vez os 3 ingredientes básicos da receita que dominaria o mundo a partir de então: guitarras distorcidas, baixo gravíssimo e uma voz peculiar. No caso do Cocteau Twin, a voz peculiar era de Elizabeth Frasier que além de peculiar também era inusitada, inovadora para a época, celestial e mais uma série de outros adjetivos nada exagerados.
Assim como os The Smiths, a combinação voz e guitarras distorcidas criaram uma atmosfera única que provocou viagens a mundos etéreos e fantasiosos, transportando sua imaginação a lugares até então desconhecidos. Enquanto Morrissey e Johnny Marr do The Smiths usavam essa magia para questionar a rainha e falar de suas dores de amores mais profundas, o Cocteau Twins até os anos 90 não definiam com clareza uma mensagem textual. O que se ouviam era grunhidos afinados e incompreensíveis que estavam em completa sintonia com o som da banda. Nos encartes dos álbuns nao haviam letras das musicas e cogitou-se ainda que Elizabeth Frasier cantava em uma lingua desconhecida.
Os primeiros contatos com o Cocteau Twins foram através de 2 fitas k7 que recebi das mãos de uma amiga que se dizia fundadora do fan club da banda no Brasil, isso no inicio dos anos 90 em um ponto qualquer do subúrbio carioca. A fita quase rasgou de tanto tocar e posso dizer que aquele som impregnou as mentes mais antenadas de uma geração inteira e hoje quando quando se fala em anos 80, pouco se fala do Cocteau Twins.
Menos aqui na Lapaloop, onde a banda merece todo o nosso respeito. Usufrua da beleza das canções do Cocteau Twins, da delicadeza da voz de Elizabeth Frasier e da genialidade da guitarra distorcida de Robin Guthrie. Boa viagem.