FKA Twigs

A bela é a fera

FKA Twigs  é adorada pelos mais antenados e os comentários a respeito do seu trabalho na internet  são os mais intensos possíveis. FKA Twigs não faz um som novo para quem ouve a Lapaloop pelo menos. Ela pode ser definida como  uma mistura saudável de Bjork, Tricky, Burial e o vocal lembra muito o som etéreo de Elizabeth Fraser do Cocteau Twins.

Mas o que realmente importa no seu trabalho é a conexao entre a beleza e a estranheza, duas sensações opostas que interagem aqui de forma sensual e comovente. Ouvindo sua musica e principalmente assistindo seus vídeos voce é levado para uma viagem extra-sensorial ao mesmo tempo bela e assustadora onde a artista se desnuda em devaneios pessoais sobre sua existência e sexualidade definida em um confinamento asfixiante diante da força bruta alheia, e transmite e talvez não assuma uma espécie de síndrome de Estocolmo.

Bailarina, seu corpo se insere no seu trabalho como um personagem e a sensação que tive é que a sua arte nasce através da exploração deste corpo que muitas vezes aparece desconfigurado, mutilado, agredido, explorado enquanto sua alma se mantém alienada a tudo, suportando ao limite a ignorância, violência e abuso através de uma fuga introspectiva como forma de sobrevivência.

Linda e viciante, a estética de seu trabalho aponta para um presente e futuro onde as mulheres propõem novos argumentos sobre si mesmas diante de um mundo onde aparentemente os covardes tomaram o poder.

Assista e reflita.

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